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CNPG inicia visita a International Criminal Court em Haia

23/07/2013

O Presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, Oswaldo Trigueiro, participou, durante toda esta segunda-feira (22), em Haia, de várias reuniões na sede da corte internacional criminal, onde foi recebido junto com a comitiva da rede judiciária europeia, pelos coordenadores da área de investigação, bem como pelo consultor Senior do Tribunal, Gilbert Bitti, que fez apresentação completa da estrutura, funcionamento e das experiências dos casos atuais que correm junto ao Tribunal.
 
Durante as apresentações, foram entregues vários expedientes sobre os trabalhos desenvolvidos pelo tribunal, inclusive uma análise crítica do Estatuto de Roma, instrumento que deu origem à criação do tribunal Penal Internacional. Segundo o presidente do CNPG, a maior importância desta visita se refere aos atos de extermínio, já que no Brasil tal forma de criminalidade grave tem se expandido, principalmente com envolvimento de segmentos ligados a órgãos de controle. "As experiências e técnicas aqui empregadas podem nos auxiliar no país", disse Oswaldo Trigueiro.
 
O segundo dia será marcado por discussões com a rede judiciária no que se refere aos pontos de contato no Brasil. Segundo o protocolo, serão definidas as formas de intercâmbio, por meios formais. Também deve ser elegido um ou dois pontos de contato no Brasil e que servirão de intermediários, junto ao Conselho, que repassará as informações preliminares às autoridades judiciárias europeias. "O material até aqui colhido terá grande valia para a experiência brasileira nas investigações de grupos de extermínio, que têm se instalado em diversas localidades de nosso país. Estamos nos antecipando aos fatos", relatou.
 
Sistema de Investigação
Atualmente são vários os casos sob julgamento e também sob investigação ou exame preliminar. A grande maioria destes casos está relacionada a atos de extermínio e crimes humanitários na África, Oriente Médio e América Latina. Ao todo, são 16 casos que incluem o Sudão, Kenya, Líbia, Costa do Marfim, Mali, Afeganistão, Colômbia, Georgia, Guinea, Honduras, Nigéria, República da Corea, República da África Central. Mais de seis presidentes, vice-presidentes ou chefes de estados destes países já foram a julgamento e várias pessoas já se encontram sob custódia do tribunal internacional.
 
Estrutura e Composição do Tribunal
O Tribunal é composto por 18 juízes e por um corpo de procuradores que exercem, ao lado de mais de 700 membros espalhados pelo mundo - representando 90 países - a jurisdição internacional nos crimes de genocídio, crimes contra a humanidade e outros crimes que envolvem agressão internacional à dignidade humana.
 
No atual grupo de juízes há a brasileira Maria Helena de Figueiredo Steiner, que atualmente está coordenando o julgamento do comandante militar da República Central da África, Jean-Pierre Bemba Gombo, que teria cometido mais de 500 estupros, abusos sexuais e assassinatos.
 
O atual Presidente da Corte Internacional é o Juiz Sang-Hyun Song e a Procuradoria-Geral está sob o comando de Fatou Bensouda. O Tribunal Criminal Internacional tem jurisdição de 122 países que assinaram o Estatuto de Roma.

Fonte: Notícias CNPG

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