21/05/2015
Corromper-se, ser corrupto é uma decisão interna e não há como o Estado regular questões de foro íntimo. Com base nessa premissa e fundamentada na maior parte da doutrina brasileira e internacional, a advogada, professora e conferencista Ana Cláudia Santano, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Paraná (PUC-PR), concluiu que a corrupção jamais será extirpada. Sinto dizer a verdade, mas nunca iremos eliminar a corrupção, afirmou Ana Cláudia na palestra A corrupção política em contexto de contrademocracia: atores, origens e motivações, no painel A corrupção política no Brasil, durante o Congresso Internacional de Enfrentamento à Corrupção, promovido pela Associação Goiana do Ministério Público (AGMP).
Ela reconhece que quando uma estratégia anticorrupção não funciona da maneira devida, á uma certa frustração. Em todos os lugares do mundo há corrupção, inclusive aqueles que têm mecanismos fortes de controle, como Suíça, Áustria e Alemanha, o que demonstra que não para eliminá-la, mas que é possível controlar o seu crescimento. A mesa foi presidida pelo promotor de Justiça Huber Cavalheiro.
Especificamente sobre a corrupção política, a palestrante observou que ela está no limbo, já que há várias formas de caracterizá-la e frequentemente ela se dá por meio da troca de favores. Ela parte de agentes privados e públicos e há uma tendência enorme à generalização, por parte da sociedade, observou, para concluir: Há uma dualidade dentro de nós, na sociedade. Queremos que façam, mas não queremos fazer. Para Ana Cláudia, não há uma forma possível de prever todas as formas de corrupção.