Promotor Jales Guedes Coelho Mendonça lança livro no dia 3 de outubro
29/09/2013
Nesta semana, o promotor de Justiça em Goiás e Doutor em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Jales Guedes Coelho Mendonça, lança seu segundo livro, com o título "A Invenção de Goiânia: o outro lado da mudança". O lançamento será feito na quinta-feira, dia 3 de outubro, das 18 às 22 horas, na Nobel Livraria, no Shopping Bougainville (Piso 1).
A obra é sua tese de Doutorado em História, defendida no ano passado na UFG. A escolha da data para o lançamento foi por outubro ser o mês de comemoração dos 80 anos de Goiânia.
Confira uma breve entrevista com o promotor.
A obra conta uma história diferente daquela que a maioria da população tem conhecimento sobre Goiânia?
Este foi o meu objetivo, até porque uma das exigências para a aprovação no programa de Doutorado é a originalidade da tese produzida.
Pode nos contar um pouco sobre o livro.
O livro contém 681 páginas e trata, em essência, de um tema central da História de Goiás: a mudança de sua capital, concretizada na década de 1930. A obra procurou resgatar quatro momentos de tensão que marcaram o processo, a saber: a operação de escolha do local do novo espaço urbano; a discussão da proposta de transferência no seio da Constituinte Estadual de 1935; a regulamentação pela Assembleia Legislativa do dispositivo constitucional que determinava, concomitantemente, a construção de uma nova sede administrativa e o amparo econômico da antiga; e, por fim, a solução política encontrada para a superação da resistência inicial dos vilaboenses governistas à ideia mudancista. Malgrado a intensidade das aludidas etapas, eram justamente tais fases que apareciam usualmente desconsideradas pela bibliografia existente, quando não completamente encobertas pelo manto do esquecimento e silêncio. Ademais, o estudo buscou detalhar o peso do estado de Goiás na federação durante as Primeira e Segunda Repúblicas (1889/1937), bem como a trajetória dos partidos políticos estaduais formados entre a Revolução de 1909 e o ano 1934.
Como surgiu o interesse pela História, que o levou até o Doutorado nesta área?
O meu interesse em estudar História vem desde o tempo em que cursei Ciências Sociais. Cumpre, no entanto, fazer uma observação: na realidade Direito e História são ciências indissociáveis uma da outra. Pragmaticamente, como prova da afirmação basta assistir aos julgamentos do Supremo Tribunal Federal ou mesmo analisar qualquer processo-crime, onde os chamados operadores do Direito tentam reconstituir fatos sucedidos no passado. Daí a proximidade com a História. Tal motivo certamente estimulou o filósofo francês Paul Ricouer a produzir um belíssimo ensaio onde comparou o ofício do juiz e do historiador. Uma diferença entre o trabalho de ambos chama a atenção: enquanto o magistrado, em regra, elabora um produto com o traço de definitividade (coisa julgada), o historiador produz um material com a marca da transitoriedade. Ou seja, a História está sempre sendo reescrita e revisada.
Mini currículo
Promotor de Justiça em Goiás desde 1999, Doutor em História pela UFG (2012) e torcedor do Vila Nova Futebol Clube desde o nascimento.
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