Em nota divulgada hoje, a Associação Goiana do Ministério Público (AGMP) e a Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO) repudiaram as ameaças proferidas pelo tenente-coronel Carlos Eduardo Belelli a membros do Ministério Público de Goiás e do Judiciário.
O militar responde a processo criminal no qual é suspeito de integrar grupo de extermínio. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), Belelli e os demais réus mataram Darlei Carvalho da Silva e Dallyla Fernanda Martins por motivo torpe e com recursos que impossibilitaram as defesas delas. O corpo da segunda vítima, conforme o órgão, foi escondido.
Em video publicado na internet pouco depois de sua prisão, ele ataca o Ministério Público e o Judiciário. Não satisfeito, na ocasião de seu interrogatório, com a presença de seu advogado, o acusado expressamente ameaçou os investigadores.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela AGMP e ASMEGO.
NOTA DE REPÚDIO
A Associação Goiana do Ministério Público (AGMP) e a Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (ASMEGO), entidades de classes que representam os Membros do Ministério Público e os Magistrados do Estado de Goiás, vem a público REPUDIAR as declarações proferidas pelo acusado Tenente-Coronel Carlos Eduardo Belelli em vídeo amplamente divulgado nas redes sociais.
Malgrado seja compreensível o inconformismo do acusado que se encontra preso e responde a processo criminal pela prática de crimes gravíssimos, inclusive alguns de natureza hedionda, não se pode admitir que tal circunstância lhe confira, desprovido de qualquer elemento fático, o direito de atacar as instituições que defendem o Estado Democrático de Direito e pautam suas ações pela legalidade e impessoalidade.
Outrossim, durante o seu interrogatório, na presença de seu advogado, o acusado proferiu graves ameaças contra os membros do Ministério Público.
Com efeito, trata-se de fato gravíssimo uma vez que qualquer tentativa de intimidação de autoridades no estrito cumprimento de suas atribuições legais, mostra-se totalmente incompatível com a importância do cargo ocupado pelo acusado, integrante da Polícia Militar, instituição séria e honrada a qual sempre esteve irmanada com o Ministério Público e Poder Judiciário na missão de proteger a sociedade.
De outra sorte, nenhuma ameaça jamais terá o condão de intimidar o Ministério Público ou a Magistratura, estando estas associações solidárias a todos os membros envolvidos que de alguma forma foram atacados pelo acusado.
Por fim, a AGMP e a ASMEGO acompanharão todos os desdobramentos do presente caso na defesa intransigente das garantias e prerrogativas das autoridades ministeriais e judiciárias.
O ATAQUE A UM MEMBRO ATINGE TODA A INSTITUIÇÃO QUE JAMAIS IRÁ REFLUIR NA BUSCA PELA JUSTIÇA!
Paulo Pereira dos Santos Wilton Müller Salomão
Vice Presidente da AGMP Presidente da ASMEGO